HISTÓRICO DA OBRA DO METRÔ LINHA 4-AMARELA
A Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo é uma das estações mais movimentadas da metrópole. Conforme pode ser observado na figura 1, a linha que foi inaugurada em junho de 2010, é responsável por pontos importantes da cidade, como as estações Paulista, Faria Lima, Butantã, República, Morumbi, entre outros.
Figura 1: Trajeto da Linha 4-Amarela do Metrô SP. Fonte: Metrô SP
A linha é a única da América Latina a usar o sistema driverless, semelhante a linhas da Dubai, Barcelona e Cingapura [1]. Um importante avanço do transporte público brasileiro, porém convive com uma construção controversa, que culminou em um acidente catastrófico.
As obras foram iniciadas apenas em 2004, devido a inúmeros atrasos em seu planejamento, começou com sondagens rotativas nas fases de projeto básico e projeto executivo, relatadas na figura 2, sendo todas elas verticais e na superfície [2].
Figura 2: Planta detalhando as sondagens do projeto básico e executivo. Fonte: USP
Até o desabamento das obras, nos últimos 22 meses, já haviam sido relatados 10 acidentes, e pelo menos 3 deles foram por conta de erros de engenharia, incluindo o óbito de um funcionário soterrado durante as escavações da Estação Oscar Freire, em junho de 2006 [1].
Na tarde do dia 12 de janeiro de 2007, uma cratera de 80 metros de diâmetro e 32 metros de profundidade engoliu caminhões e carros no local da obra [3]. O desastre estampou as principais capas de jornal do país, como observado na figura 3.
Figura 3: Capa do Estado de S.Paulo de 13/01/2007. Fonte: O Estado de S.Paulo.
Três dias antes do colapso, um afundamento de 20mm foi detectado [4]. Com isso, iniciou a instalação de chumbadores, onde os trabalhos prosseguiram normalmente, e não havia qualquer indício de anormalidade. Porém, no dia do colapso, como pode ser observado na figura 4, desde o primeiro sinal de anormalidade até o colapso completo, passaram apenas 6 minutos [5].
Figura 4: Cronograma de eventos do dia do colapso. Fonte: USP.
A maior tragédia do Metrô SP levou 14 réus para a Justiça de São Paulo. Em outubro de 2016, a decisão foi de que haviam provas que os réus eram inocentes do caso. “Os acusados não tinham como prever o acidente, em razão de todas as circunstâncias apuradas. A execução do projeto de obra estava dentro da normalidade, todas as equipes acompanhavam cuidadosamente cada passo da execução e não apontaram qualquer situação que indicasse a possibilidade de um acidente”, informou a juíza Aparecida Angélica Correia, da 1ª Vara Criminal, responsável pelo caso [6].
REFERÊNCIAS
[2] Winiawer, José Eduardo Beltrão. "Análise de estabilidade de túneis escavados em meios rochosos: aplicação ao caso do colapso do túnel Estação Pinheiros." (2012).
[5] Kanji, Milton A. "Avaliação de sinistros e do risco em obras geotécnicas-Conceitos e alguns exemplos."
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