top of page

Fatores de Formação dos Solos

Oi Galera!

Hoje vamos falar sobre um material geológico super estudado na Geotecnia: o solo.


Figura 1: Composição Geral do Solo
Figura 1: Composição Geral do Solo

Formados geralmente por sistemas contendo partículas sólidas, água e ar, os solos são badaladíssimos na nossa área, e não é por menos. Listamos algumas razões:

· Os solos dão suporte à grande maioria das fundações de construções civis;

· Alguns deles podem ser utilizados como

materiais de construção;

· A interação dos solos com os outros sistemas como a hidrosfera, atmosfera e biosfera é frequente e indispensável;

· As propriedades de um determinado solo dita como se darão as reações desencadeadas quando uma outra substância (água, rejeitos, dejetos, etc) é depositada ou precipitada sobre ele.

O nosso bate-papo tem por finalidade abordar os fatores de formação dos solos. Mas antes de falar sobre os agentes que formam esse material geológico, vamos defini-lo de forma clara, ok?

O solo têm uma vasta coleção de significados. O significado mais adequado dependerá do aspecto sob o qual ele está sendo analisado. Por exemplo:

Para a Agronomia, solo “é a camada de terra arável, geralmente de poucos metros de espessura, constituída de material desagregado, ar, água, matéria orgânica e que pode suportar vida.”

Já para Geologia, solo “trata-se de um material não consolidado, resultante de processos intempéricos, sobre um substrato constituído de rochas ou sedimentos, sendo deste modo a camada mais superficial da crosta terrestre.”


Figura 2: esquematização da Pedosfera

Para as Engenharias, solo “é um material friável que pode ser escavado por processos simples e sem a necessidade de explosivos (pás, enxadas, picaretas, etc.), e que pode ser usado como suporte para as construções e/ou como material de construção.”; “Corpo natural dinâmico constituído de materiais minerais e orgânicos e que contém matéria viva; é diferenciado em horizontes de profundidade variável, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades físicas e químicas, composição e em características biológicas” (Oliveira, 2007). Ele é integrante fundamental da Pedosfera, e suas interações dentro deste sistema ganha destaque na Geotecnia Ambiental.


Explicitados esses conceitos, vamos ao ponto:


  • COMO SE DÁ A FORMAÇÃO DOS SOLOS?


Figura 3: Fatores de Formação dos Solos
Figura 3: Fatores de Formação dos Solos

Podemos dizer que, a princípio, o solo é resultado da ação do intemperismo das rochas presentes na Litosfera; ao processo de formação completo damos o nome de Pedogênese. Segundo a Professora Célia Zimback (2003), a Pedogênese pode ser definida como “a formação do solo, incluindo seus fatores e processos de formação, fazendo com que, em virtude da variação desses fatores e processos, os vários solos apresentem propriedades e características que os diferenciam uns dos outros.”

Como dito pela Professora, existem alguns fatores que influenciam no tipo de intemperismo sofrido pelas rochas, e que condicionam as características dos solos formados nesse processo. São eles:


1. Clima:


O primeiro fator que abordaremos é geralmente tido como o mais influente. O Clima interfere intensamente no tipo de intemperismo sofrido por determinada rocha, de forma tal que uma mesma variedade de rocha localizada em regiões de climas diferentes podem dar origem a dois solos completamente distintos. Em contrapartida, duas rochas de composição mineralógicas distintas podem originar solos com características bem parecidas, se ambas estiverem localizadas em regiões de climas similares.


Figura 4: Solo característico de climas quentes e úmidos
Figura 4: Solo característico de climas quentes e úmidos

Os aspectos mais avaliados no fator clima são a precipitação pluviométrica e a temperatura. Climas quentes e úmidos são propícios a ocasionar o Intemperismo Químico das rochas (decomposição), de forma rápida e intensa. Essa configuração tende a dar origem a solos bastante espessos, com abundância de minerais secundários (argilominerais 1:1 e óxidos de ferro e alumínio), com característica ácida.


Figura 5: Solo característico de climas áridos
Figura 5: Solo característico de climas áridos

Já os climas áridos ou extremamente frios são favoráveis à predominância do Intemperismo Físico (desintegração), originando solos pouco espessos e com mais minerais primários (pouco ou nada foram afetados pelo intemperismo químico). Serão solos de característica mais básica, com presença de argilominerais 2:1.


2. Organismos:


Os organismos que interagem com a Pedosfera também exercem influência na formação do solo, já que são fornecedores de matéria orgânica. Como organismos, definimos: microrganismos (ou microflora e microfauna), vegetais superiores (macroflora), animais (macrofauna) e o homem.

A presença de organismos afetam a formação e as características dos solos de diversas maneiras:

Figura 6: Representação da ação de organismos vivos nos solos
Figura 6: Representação da ação de organismos vivos nos solos

· Quanto mais intensa as atividades dos organismos numa localidade, maior a tendência de alto teor de matéria no solo;

· Bactérias, fungos, minhocas e cupins contribuem para a formação de agregados estruturais estáveis no solo, unindo partículas individuais por meio de secreções;

· A movimentação no solo causada por insetos e vermes (cupins, formigas, minhocas) provocam o desenvolvimento da porosidade do solo, que implicará em maior permeabilidade do mesmo

· O homem é um dos maiores organismos modificadores do solo (remoção da vegetação natural, adição de corretivos e fertilizantes, irrigação, deposição de resíduos, mudanças no teor da matéria orgânica, adição de nutrientes, alteração dos regimes de umidade, estrutura e textura do solo).


3. Materiais de Origem:


Solos são predominantemente formados pela degradação das rochas; logo, muitas propriedades físicas e químicas deles são determinadas pelo conteúdo mineralógico da rocha que os originou. Por exemplo, rochas compostas por minerais ricos em sílica (quartzo) produzem solos de textura arenosa, com baixo teor de argila ou sedimentos finos. Já rochas contendo significativa porcentagem de minerais ferromagnesianos e feldspatos originam solos argilosos, com grande quantidade de óxidos de ferros, que são chamados também de Solos Lateríticos.


Figura 7: Classificação de solos em função dos materiais de origem e agentes de transporte.
Figura 7: Classificação de solos em função dos materiais de origem e agentes de transporte.

Além da formação mineralógica, os solos são classificados conforme a deposição ou transporte dos sedimentos oriundos do intemperismo da rocha matriz. Denominam-se solos transportados os solos formados por sedimentos afastados de seu local de origem por um agente transportador (gelo, água, vento, gravidade). Outra categoria são os solos residuais, que são formados por sedimentos que não sofreram nenhum tipo de transporte, e ficam depositados sobre a rocha matriz.


4. Relevo:


A ação do relevo reflete-se principalmente na dinâmica da água, quer no sentido vertical (infiltração), quer no sentido lateral (escoamento superficial, erosão), e indiretamente sobre a temperatura e radiações (quantidade de luz solar recebida). Segundo Zimback, ele condiciona a penetração de água no solo, e com isso interfere na intensidade de intemperismo:

· Em áreas planas, na parte alta do relevo, ocorre penetração de grande quantidade de água, com pequena formação de enxurrada, ocasionado uma lixiviação interna considerável, com a formação de solos profundos, altamente intemperizados, bastante ácidos e pobres em nutrientes;


Figura 8: Influência do Relevo no escoamento e percolação da água no solo.
Figura 8: Influência do Relevo no escoamento e percolação da água no solo.

· Em áreas declivosas, a penetração de água é menor, com formação de mais enxurrada, ocasionando uma lixiviação menos intensa, e formando solos mais rasos, menos intemperizados, menos ácidos e com mais nutrientes;

· Nas áreas de baixada, ocorre ganha de material, seja por meio da enxurrada, seja através do lençol freático, sem ocorrência de lixiviação, formando solos rasos, não muito intemperizados, porém não muito ácidos e normalmente ricos em nutrientes.


5. Tempo:



Figura 9: Ação do tempo, convertendo uma rocha sã em solo maduro.
Figura 9: Ação do tempo, convertendo uma rocha sã em solo maduro.

O tempo é um fator passivo formador dos solos, visto que essa formação envolve reações químicas e físicas que demandam tempo para se manifestarem. Depois que a rocha é exposta na superfície (tempo zero), o solo começa a se desenvolver e atinge em determinado tempo o estágio de maturidade, onde todas as reações necessárias para a obtenção de equilíbrio do solo já foram alcançadas.

Bom, estes são os fatores que comandam a Pedogênese. Se você quiser mais informações sobre o assunto, pode clicar no link aqui embaixo. É um material de pesquisa do Grupo de Estudos e Pesquisas Agrárias Georreferenciadas da Universidade Estadual Paulista, escrito pela professora Célia Regina Lopes Zimback. Vale a pena conferir ;)


http://files.huigorflr.webnode.com/200000013-ee2f3ef264/Apostila_Formacao_solo_ZIMBACK_2003_Unesp_Botucatu.pdf


Por hoje é só galera!

Até a próxima!



*Fontes

Fotos:

Figura1: http://slideplayer.com.br/slide/5654891/

Figura 2: Notas de aula da Professora Julia Righi (UFJF)

Figura 3: http://www.ebah.com.br/content/ABAAABuE4AJ/geomorfologia-meio-ambiente

Figura 7: http://slideplayer.com.br/slide/8407364/

Figura 8: Notas de aula da Professora Julia Righi (UFJF)

Figura 9: https://solonaescola.blogspot.com/2011/11/fatores-de-formacao-do-solo-5.html


Conteúdo:


1: Notas de Aula - Elementos de Geologia; Professora Júlia Righi (2018);

2: Documento - Formação dos Solos; Professora Célia Regina Lopes Zimbak (2003).




bottom of page